21/07/2012

Casamento: a facadinha.

Queridos Amigos,
Pois é. Escrevi este post inteirinho na minha cabeça na viagem de regresso que fiz hoje num barco do Forte de S. Julião da Barra para a doca  do Bom Sucesso. A entrada no estuário do Tejo estava de tal maneira encrespada e eu tenho tanto medo do mar e da água que pensei que pudesse ser o último dia  da minha vida. À minha volta os dois que iam comigo calminhos, um a assobiar e eu resolvi pensar noutras coisas porque o pânico era meu e de mais ninguém. Definitivamente,  não sou uma mulher de mar.
E, como me acontece tantas vezes (demasiadas), comecei a escrever na minha cabeça. E foi assim:
Eles casam-se, endividam-se para a festa de estadão e nem amortizam o investimento porque, antes de pagar, já está cada um para seu lado. E qual é a causa, heim? heim? A resposta dava um tratado. Mas pus-me a pensar na "facadinha" no casamento. E quando a causa é a facadinha, a "culpa" de quem é, heim? Do que deu a facadinha? Bem.. a causa próxima é, sem dúvida. Mas a causa remota é a "a forma como conjugou o verbo dormir antes de se casar".

Eu durmo com um(a) (qualquer)
Tu dormes com um(a) (qualquer)
Ele dorme com um(a) (qualquer)
Nós dormimos com um(a) (qualquer), que até por ser o/a mesmo/a (o importante é aviar)
Vós dormis com um(a) (qualquer)
Eles dormem com um(a) (qualquer)
Ora, se conjugam o verbo dormir desta maneira antes de se casar, vão continuar a conjugá-lo da mesma maneira depois de casarem. Da mesma forma que, se ressonam e cheiram mal do sovaco antes de casar, também vão continuar a ressonar e a cheirar mal do sovaco depois de se casar.
E aqui não há príncipes nem princesas que se mudem uns aos outros. Eu lembro-me de um que se chamava Carlos que deu a facadinha com uma que se chamava Camila (alguns trocavam-lhe o "i" do nome por um "e", diziam por causa de certas parecenças, mas isso eu já não sei). E a legítima - legítima de mulher e de princesa que até diziam que era do povo - que se chamava Diana, um dia levantou-se de manhã e pensou "não lhe vou ficar atrás, ora essa!" e foi dar a facadinha com o primeiro que lhe apareceu nesse dia e que, por acaso, não foi o mordomo mas foi o treinador de cavalos que também era tropa (se fosse em Portugal era GNR, mas isto não foi cá e era de uma tropa qualquer mais "fina"). E até deve ter pensado que fez um favorzinho  ao marido porque ele, como não andava de coroa na cabeça, assim já ficava com uns ricos enfeites, já que ela também os tinha. Como ela não queria mais nada do treinador-tropa, a seguir mandou-o aviar cavalos para outro lado e ele também não quis fazer o servicinho sem nada em troca (ora essa!) veio contar tudo como foi, ganhou uns cobre com isso - até escreveu um livro, parece -e nunca mais se ouviu falar dele nem do servicinho. Mas a moça, quer apesar de ser princesa, era moçoila, fez o mesmo e veio dar com a boca no trombone em frente às câmaras de televisão pois não tinha muito jeito para a escrita, caso contrário até tinha escrito um livro para a posteridade.
Como uma pessoa nunca se conhece a si própria totalmente (eu, no meu caso pessoal, até posso testemunhar que não é uma vez nem duas que "me perplexo a mim própria", o mesmo é dizer que faço coisas que me pasmam comigo própria. Necessidade de psiquiatra? talvez.., mas acho que a necessidade é mesmo outra....) não pode esperar conhecer a pessoa com quem vai casar porque é uma caixinha de surpresas e deve-se estar preparado para as surpresas.
Mas a facadinha é uma surpresa que dói como o c...... e deixa umas mazelas que p.... e, por isso, antes de se casarem, as pessoas deviam era falar, tipo numa sala de reuniões de papel e lápis na mão e questionar: ó my love da minha vida vamos lá assentar aqui: com quem dormiste tu e quando, heim? Pais, irmãos e amigos incluídos. Sobretudo amigos com quem te continuas a dar e dizes que foi uma "coisa inconsequente". Ora vamos lá assentar aqui no papelinho. Só para saber, my love. Que isto é da tua vida privé, sem dúvida, mas se te foge o pé para o pontapé também é da tua vida privé, mas em que ele vai parar convém saber, my love.
E pronto. pelo menos resolviam um problema antes de ele acontecer: já sabiam para o que é que vão e, se elas voltarem a acontecer, paciência.
Facadinhas dá quem quer. Sem dúvida.
O problema é o que elas doem, deixam marcas e fica tudo em cacos.
E para isso, p--a! melhor mesmo é casar com pessoas por estrear.
Beijinhos da Maria

PS: os mais sensíveis, desculpem lá qualquer coisinha, sim?

7 comentários:

Catarina Nicolau Campos disse...

Ah tia muito bom!! O que me ri a ler isto!

Rosarinho disse...

LOL!! lindo!! beijinhos

Rosarinho disse...

Maria,
Acho que o texto está muito bem escrito, com muito humor, daí o meu comentário inicial.
No entanto, a forma como acaba o post estraga tudo. Digo isto com muito carinho e com toda a sinceridade. A ideia que faz passar é que tudo é rectilíneo, que só há uma opção e que as pessoas que tiveram um mau passado não valem nada e que vão continuar a comportar-se da mesma maneira. Não concordo com isso, de todo. Penso que o facto de uma pessoa se ter comportado de determinada maneira e ter vivido de acordo com certos valores não significa que vá viver assim a vida inteira.
As circunstâncias mudam, tudo muda. Se não estaríamos tramados. Além do mais, nós não somos ninguém para julgar quem dorme com quem... se nos olhassemos ao espelho seriamos bem piores do que as pessoas que adoramos julgar.
Enfim, poderia escrever muito mais... mas a Maria sabe estas coisas todas, eu sei que sim. Só não estava muito inspirada neste dia ;)

Maria disse...

Huuuuuuuuuuuuuuummmmmmm! Isto está a aquecer e a subir de nível vertiginosamente. BOA! Pois sim. Mas.... huuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmm! Sim. sim. sim! as pessoas mudam e temos de acreditar nisso. A começar por nós. Mas ... hhhuuuuuuuuuuuuum, é preciso que: 1º vejam que têm de mudar (o pior cego é o que não quer ver e não há nada a fazer); 2º queiram mudar e 3º levem esse querer à prática. E huuuuuuuuuuuuuuuuummmmmm. Eu vejo tanta coisinha!!!!! Huuuuuuuuuuuummmm. Melhor nem falar nisso, mas é à esquerda, à direita, atrás e à frente. Lá para o meio de tantas coisas maravilhosas, sem dúvida. Mas vejo: como o médico vê só doentes, sabes Rosarinho? São os olhos deformados da profissão. Huuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmm. Mas às vezes o que vejo não é na profissão e a esta gente é melhor mandá-los mesmo fazer a porcaria para o c------! Ainda bem que és só tu meu anjo que lês isto. E eu não queria dar-te estas notícias assim, que és tão novinha e um dos melhores partidos da terra. Mas factos: melhor conhecê-los antes que depois do caldo entornado. LOVE os teus comentários a dizer mal. O do traseiro da Letizia foi um must! Beijinho meu anjo. Até amanhã!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Maria disse...

E sim querida Rosarinho: é mesmo bom dizer mal. Porque este teu comentário inspirou-me para pôr neste blogue a extraordinária história do Thomaz. Espero que consigas chegar lá e vê-la (em vídeo). Ele sim, também andava com "garinas" e vê lá para que lado ele caiu....

Rosarinho disse...

Claro que sim, Maria, é importante que vejam o que têm de mudar... Mas, mais uma vez, não nos compete a nós apontar o que há para ser mudado. Se conhecemos alguém assim, podemos ajudar e tentar que mude de vida. Se calhar muitas pessoas vivem assim porque não têm ninguém que as ensine ou porque não conhecem outra realidade e estão acomodadas àquela em que vivem. E, se me permite dizer, muitas dessas pessoas vivem assim porque nós sabemos e não fazemos nada por mudar isso, porque não as ajudamos a encontrar algo melhor. A mudança depende delas em ultima análise, claro. Mas depende de nós ajudá-las a ver que há algo melhor. A culpa de muitos destes comportamentos continuarem pode ser nossa... mas isso são conversas para outro dia!
beijinho grande

Maria disse...

APOIADO! Quem fala assim não é gago e não papas na língua. BOA!