27/01/2016

Estranho: Adidas processa Isabel Marrant por plágio.

 Adidas











Isabel Marrant
 Que as marcas "low cost" imitem as de luxo tudo bem. Nós compreendemos e até podemos aceitar a "inspiração". Não gostamos de cópias mas gostamos da democratização da moda e do bom gosto. A Uterque, por exemplo, tinha umas "inspirações" das carteiras Gucci e dos sapatos Valentino que era um gosto. Nós percebíamos claramente as diferenças e, por isso, tecnicamente, não estamos perante uma imitação. Também sabemos das camisas brancas bordadas (lindas! sorte dos que as apanharam...) ou dos vestido em degradé "tie dye" que tiveram de ser retirados da Zara a todo o vapor porque as fidedignas protestaram e a marca não quis correr riscos. Também percebo que a Berska, a H&M ou a Stradivarius vendam a sua versão Adidas, mas a metade do preço (e talvez da qualidade) dos originais.
Mas agora parece que a tendência se inverteu. E nós não percebemos porque é que a Louis Vuitton e a Isabel Marrant (só para dar alguns exemplos) estão a vender ténis que são uma "inspiração" no caso da Louis Vuitton e uma autêntica cópia no caso da Isabel Marrant. A Louis Vuitton é uma casa centenária que tem, nos seus arquivos, milhares de ideias e muita história para se inspirar. No caso da Isabel Marrant a cópia foi tal que já deu lugar a processo da Adidas contra ela. Mas os ténis Adidas-versão-Marrant estão à venda que eu já os vi. E também já vi os da Louis Vuitton. Aliás: se forem a uma loja Louis Vuitton vão ver que está recheada de "adidas-Louis-Vuitton".
Eu só não percebo é porque é que as pessoas dão 400 ou 500 euros por uns ténis que são cópia de uns que estão no mercado a 70-90 euros. Alguém me explica, por favor?
Louis Vuitton 

Passagem do estado "trabalho de escritório" para fim de tarde em modo "sunset" ou jantar de amigos.

Não. Já se percebeu: eu não tenho tido tempo para escrever no blog mas a verdade é que penso nele todos os dias. Todos. Sem excepção.
No passado mês de Dezembro tive imensos jantares, como é habitual nessa altura e, alguns, de cerimónia.Numa situação de um jantar numa sala "privada" de um restaurante icónico da zona de Lisboa deparei-me com o facto de que há muitas pessoas que, nas ocasiões especiais, como seja casamentos, jantares de empresa ou simplesmente jantares de amigos, entram em órbita e resolvem transformar-se completamente, A ponto de parecer mulheres de esquina. Foi nesse dito "privado". Antes de entrarmos, os aperitivos foram servidos numa zona comum. De "repentemente" aparece um grupo com um conjunto de raparigas vestidas de uma forma que não tem explicação. Perante o espectáculo, as pessoas trocaram olhares, perplexos e ... comentaram. O problema é que estas mulheres, embora pudessem ser pessoas como eu (ou melhores) passaram a imagem equívoca de si prórpias que nem as carteiras Chanel (verdadeiras: eu vi) conseguiram afastar. As saias não eram curtas: eram cintos abaixo da cintura que não permitiam que se sentassem de uma forma a não mostrar o interior até ao pescoço (incluído), as costas e o peito à mostra, a roupa cingida e colada ao corpo, vestidos efeito "ligadura". E a cena não era bonita de se ver porque havia muitas banhas a sair por todo o lado. Sim, porque Gisele Bunchen ou Kate Moss só há duas....
Porque é que as pessoas se transformam tanto quando vão sair à noite?
Não sei se cheguei a conclusões certas pois a conclusão até pode ser a mais simples de todas: mau gosto. Ou simplesmente ignorância.
mas muitas vezes é porque querem atrair olhares, chamar a atenção.
E o pior é que chamam a atenção da pior maneira possível, que é a maneira "descartável".

Então lembrei-me de trazer para aqui uns outfits que permitam sair diretamente do escritório para os eventos sem passar por uma "sex shop" de roupa.
Fui buscar uma blusa de renda do verão passado da Karen Millen (saldos), pu-la em cima de uma camisa "over size"da Zara (básico), umas calças masculinas e deu isto (fotografias mal tiradas, mas eu tenho costas largas: digam mal por favor)

José António Tenente e as Bodas de Fígaro

Foi no Domingo passado no CCB. As Bodas de Fígaro, a sequela do Barbeiro de Sevilha, de Wolfgang Amadeus Mozart.Três horas que nos enchem a alma de arte e nos dão aquela serenidade das coisas intemporais e, neste caso particular, de bom humor refinado, o que em muito se deve à interpretação exímia dos cantores, muitos deles jovens em início de carreira que se juntaram à Orquestra Metropolitana de Lisboa num projeto com o nome de Ateliê de Opera do CCB (já agora: o nome de André Henriques que encarnou um Figaro inesquecível e com um imenso sentido de humor e de Catarina Rodrigues no papel de um delicioso Cherubino, encarnação da adolescência namoradeira de sangue quente)
Apesar da legendagem em direto e com um enredo que nos atira diretamente para a natureza humana e da música que nos soa imediatamente ao ouvido (mesmo ao meu que é muito, muito duro) fixei-me no guarda roupa. Um guarda roupa fabuloso. Não pela exuberância. Mas porque traduzia um conhecimento profundo de Mozart, da sua obra e desta em particular e que, considerando que o enredo, por revelar a natureza humana, é absolutamente intemporal, estava adaptado aos dias de hoje, com aquela modernidade sem tempo nem idade, actual mas revivalista, contendo em si mesma uma visão desta obra, do seu contexto e do seu autor.Então lembrei-me imediatamente que há bastante tempo que ando a (per)seguir o José António Tenente e que sabia que ele estava a trabalhar no guarda roupa dos espectáculos do TNSC e de outros teatros.
E realmente, o guarda roupa era dele. Só podia. Um homem extremamente culto, um dos melhores designers portuguesas que há umas boas temporadas deixou as passarelas com um imenso desgosto para mim que era sua fã incondicional. Cheguei a ter peças dele na mão e o seu trabalho não deixa nada a ganhar aos Tom Ford's e aos Marc Jacob's desta vida. Se ele tivesse estado lá, na hora certa e no dia certo, estaria agora à frente de uma dessas "Maisons" francesas de alta costura.
Mas ficou por aqui e, por mim, foi um enorme gosto ver este guarda roupa.
Temos pessoas e coisas tão boas em Portugal!

PS: adorei a fita no cabelo da Condessa, a terminar num laço na nuca fundida no cabelo, com as argolas "extra-size" nas orelhas. Uma inpiração!






14/01/2016

Convite.



Depois de uma sala cheia no CCB a minha querida amiga Margarida Soeiro vai cantar no dia 29 no Cineteatro D. João V.
Todos ficam convidados para uma noite inesquível!
Um nome a seguir.
Uma pessoa de verdadeiro sinal "mais"

08/01/2016

Vestir-se com a irresistivel alegria em estado puro!


Poderia chamar-se irresistível. É o nome que pusemos à colecção Gucci S/S 2016!
Assunção da alegria em estado puro para, com muita confiança e sem sem medos, nos deixarmos mergulhar num jardim de cor e de felicidade.

Quanto à mistura de padrões, aconselhamos o mesmo que com as cores: assumir a conjugação das que encontramos na natureza é a regra para triunfar numa época de tão grandes e tão profundas transformações que assistimos na moda!
A regra agora é assumir o optimismo e pisar terreno firme!
Veja as imagens e inspire-se.

05/01/2016

Tendências 2016

Acaba de nascer o Novo Ano e, caem-me ao colo as novas tendências, um presente da mão da Miuccia Prada, do Alber Elbaz e do Raf Simmons (estes dois últimos os diretores criativos que deixaram, respectivamente e num espaço de dias em 2015, a Lanvin e a Dior).
Criadores que nos inspiram por estar à frente do seu tempo, visionários que sabem converter previsões em tendências de mercado.
Divertido e profundo, vamos começar o ano a citar Elbaz: "Nesta era digital, vivemos por meio dos nossos ecrãs, documentando o momento. Já não observamos: filmamos. Já não ouvimos: gravamos, E já não conversamos: postamos".

Nesta mesma era, assistimos à desconstrução da moda mais interessante de sempre.

Assim, a saber e a registar para 2016, os dados mais importantes são:


1. "NORMCORE".
Vale a pena googlar a palavra e perceber o que significa. "Norm" de "normal" e "core" de centro. A normalidade passou a estar no centro da moda.
Quem lançou o "grito" foi a Miuccia Prada nos bastidores dos desfiles na semana de moda masculina em Milão em junho passado, enfrentando diretamente o bombardeio atual de "hashtags", posts e a superexposição nas redes sociais, a procura ilimitada de "logos".
A Miuccia Prada, visionária, sempre à frente do seu tempo, revela que  a tendência é em direção à modéstia, numa mistura de "honestidade, humanidade e simplicidade". Ou seja: uma nova forma de intelectualização da moda que nos transporta para a normalidade e simplicidade. A inclinação para o luxo é agora a inclinação para o "modesto". Estão lançados os alicerces da tendência "anti-tendência"que marcará a nova temporada e que tem tando que se lhe diga!!!! A procura de uma normalidade cuja elegância passa exacta e cirugicamente por assumir os defeitos físicos, na forma de uma "beleza despreocupada" extremamente e inevitavelemtne atractiva.
Musas inspiradoras desta tendência como a Caroline de Maigret que chegou aos e-mails das consumidoras via Uterque com um "allure" completamente chic mas sem uma beleza evidente.
Ou a sofisticada boémia Aymeline Valade, a musa da Isabel Marrant. Ou a Alexia Chung. ou a Poppy Delevingne (não confundir com a irmã ultra-estridente, Cara), a Kirsten Dunst e tantas outras que atraem olhares de "segunda vez" Estes olhares de "segunda vez" são os olhares que atraem as pessoas que apetece conhecer e admirar. São diferentes dos "olhares de única vez" que são aqueles que se esgotam no físico. Mais uma vez pela boca da Miuccia Prada; "o cérebro pode ser sexy" e isso é que é verdadeiramente interessante nas pessoas.

2. ATITUDE. 

Aqui vamos pela mão do Alber Elbaz (saído da Lanvin), que refere uma tendência que está presente em todo os desfiles de Nova Iorque, Milão, Paris,..: atitude!


Alber disse: "Gritar é a nova norma, o mais "cool" do momento, mas eu prefiro os susurros".
Embora eu pudesse escrever um tradado sobre esta frase, o que me importa é que ela vem do meu ultra admirado Alber e porque as suas criações a refletem completamente e, para perceber isto, basta ir ver a Lanvin. Não estou só a pensar na roupa, mas também nos sapatos, nas carteiras,. nos acessórios e ... na publicidade. Ele que abandona a casa Lanvin e que nos deixa abandonadas de saudades na sua apologia de uma beleza subtil e intemporal que com os "likes" das redes sociais nada tem que ver.

Receitas para ter atitude? Pois passarão algures por "assumir". As rugas, os cabelos brancos (à "la Isabel marrant", isso mesmo). Com muita dose de confiança e de "optimismo  energetico" que afasta os complexos e é capaz de transformar o "menos em mais", o mesmo é dizer, os defeitos em qualidades atrativas numa receita de sucesso garantido. Rir e sorrir. Dar a cada momento a simplicidade que o transforma em felicidade. Voltar a acreditar, voltar à ingenuidade e à autenticidade, ao entusismo pelas coisas simples e verdadeiras.
Ser capaz de transformar as situações imprevisiveis em triunfos.

E...em termos de moda? Passará por um estilo ancorado nas peças de sempre, "lidas", "interpretadas" e "exibidas"com este sentido novo, num "improviso despreocupado" completamente moderno. Por elas passarão seguramente um sobretudo estruturado masculino, uma camisa branca, "as" calças de ganga a que voltamos sempre, gastas pelo uso, o blusão "aviador", os ténis, mas também os vestidos floridos, os stiletos, numa combinação (im)perfeita, despreocupada mas absolutamente atraente.

Por último,veja aqui esta entrevista tão, mas tão, mas tão inspiradora , até porque são só 2 minutos,

E ... inspitre-se nestas imagens: