03/01/2012

O Ano da nossa vida: 2012

Queridos Amigos,
Em primeiro lugar não estranhem: vou tentar cumprir o propósito de escrever nos termos do acordo ortográfico, já em vigor. Certamente vai dar asneira: não tenho corretor e não sei as regras do acordo (vou estudá-las...). O que eu não quero é ler o que escrevi daqui a 5 anos e sentir-me dinossáurica por continuar a escrever da forma que, quer queiramos, quer não, irá desaparecer.
Dito isto, vou aqui falar de um assunto de que eu não pretendia falar. E vou fazer uma confissão.


A última semana do ano não foi fácil.
Mas tive um fim de ano de pura diversão, a rir, a dançar, distracção com amigos cinco estrelas do coração.
Domingo, dia 1 de janeiro, almoço de família aqui em casa e continuei distraída.
Mas, ao fim do dia, começo a ouvir as notícias e aparecem os políticos - esses mesmos, os que ocupam os mais altos cargos da nação - com as chamadas "mensagens de ano novo". Começo só a ouvir e aterro em depressão.
O que têm estes políticos que conseguem fazer-me cair do meu estado de diversão ou, pelo menos distracção, e enterrar-me na mais profunda depressão? Não sei. Mais valia estarem calados se é isto que têm para nos dizer (e, como disse, não ouvi tudo, para não me atirar da janela).
Foi por isso que resolvi pensar em sapatos e foi por isso que me saiu este post sobre sapatos. Pelo menos são lindos.. Como a minha amiga que, quando tem um problema, vai comprar uns sapatos e fica logo boa...
O que eu acho -- e já disse isso aqui neste blog - é que o ano de 2012 é nosso.
Os discursos de ano novo dos titulares dos mais altos cargos da nossa nação (ou o bocadinho que aguentei ouvir)  confirmaram-me: 2012 é, de facto, nosso. Dos Portugueses. Não dos políticos. Temos mesmo de ser nós a preenchê-lo porque estes políticos não têm nada - nada mesmo - para lhe dar e também não têm nada para nos dar (mas muito para nos sugar).Não vou falar das razões, mas não têm nada, estão no mais profundo estado de indigência total e absoluta. Todos. Não encontro uma excepção.
Mas eu continuo a pensar que o ano de 2012 é um grande ano. E que as vantagens da crise são vantagens, oportunidades e que, depois disto tudo, o mundo vai melhorar. Que o mundo já está a melhorar e que as pessoas estão melhores por dentro. Que as coisas, mesmo quando custam, são sempre susceptíveis de nos fazerem pessoas melhores - e também pessoas mais amargas - depende da maneira como as encaramos, como as utilizamos. Já falei disto neste blog, várias vezes .
Às vezes penso que sou uma romântica inveterada.
Mas hoje estou a escrever sobre isto porque "me caiu ao colo" um texto da Sancha Trindade, autora do blog "Lisboa na ponta dos dedos" em que ela diz isto mesmo que eu penso, tal e qual, e que aqui fica, sendo que os sublinhados são meus.

"por mais estranho que possa parecer para muitos, eu acredito que estamos a viver um momento muito importante da história da humanidade. não poderíamos continuar a viver como estávamos a viver e por isso eu consigo amar muito esta crise e o que ela tem feito por nós.

a nossa vida vai sendo um processo de aprendizagem e o meu testemunho diz-me que o sofrimento bem usado purifica-nos e transmuta-nos em seres humanos mais completos. a factura interna de aceitar esta realidade é alta. muito alta. e é duro (...)

parece que a tecnologia que tanto nos ajuda e também destrói não encontrou essa formula, porque nós humanos somos feitos de vivências e de experiências. somos o que vamos vivendo e por isso a minha pele comove-se quando o tempo onde vivo me dá o privilégio de assistir a esta mudança do mundo.

os discursos dos últimos meses falam de um ano horrível. ao contrário da massa eu sei que 2012 vai ser um dos anos mais bonitos de sempre e para mim em particular um ano muito forte, pleno de abundância.

(...)
viver em verdade dói muitas vezes porque temos de ser duros com os outros e connosco mesmos, mas esta é uma escolha que me faz levar não mais de dois minutos a adormecer todas as noites. (...)

esta noite agradeço o privilégio de viver tudo o que me fez - na alegria e no sofrimento - chegar a esta noite. uma noite que para mim faz sentido estar na minha mais profunda companhia com a consciência que é uma bênção estar a viver 2012. agradeço todos os que me deram a mão num ano tão difícil (...). e sorrio com graça quando observo grata tudo o que caiu por terra, assim como as barreiras que nos permitiram o mais importante deste ano, 'a partilha'.

2011 talvez tenha sido o ano mais importante dos meus dias vividos (...) , o ano onde me atirei à vivência do sagrado a 264 Km hora, (...) viver em verdade, corpos que se abraçam, corações que se entregam e confiança no dia de amanhã.

2011 mostrou-me o quão divinos podemos ser e que a vida é uma formula simples de estarmos à altura do que nos acontece. (...) um ano em que dei e leiloei objectos que já não faziam sentido no meu processo de evolução de alma, porque afinal é disso que se trata, sermos verdadeiramente livres.

(...) o importante esta noite é sabermos quem somos realmente, sabermos para onde vamos e como na nossa realidade, podemos fazer alguma pequena ou grande diferença.


hoje sei que muitas vezes os galhos caiem em tempestades imprevistas para dar lugar ao novo. é isso que é pedido agora à humanidade. viver com dignidade. estar preparado para o que aí vem na certeza que alinhados à nossa essência divina (pois acredito que também o somos) será um ano para desfrutar de um momento único da nossa existência.



Em: http://lisboanapontadosdedos.blogspot.com/

OBRIGADA SANCHA POR ESTAS PALAVRAS. OBRIGADA MESMO. PELA INSPIRAÇÃO E POR TUDO O RESTO. PORQUE JÁ FIZESTE A GRANDE DIFERENÇA.
Um beijo
Maria

2 comentários:

Trabalho a 4 mãos disse...

Maria não posso deixar de dizer o quanto gostei deste post, vai muitíssimo ao encontro do que sinto e acredito.
Beijinhos e um ano repleto de amor.
Sílvia

Maria disse...

Sílvia obrigada pelo comentário tão querido. Ainda bem que pensa assim! seguramente é mais feliz que os pessimistas e agoirentos.
Um ano bom e um beijinho da Maria