09/02/2012

O Cerco a Leninegrado, estreia no S. Luís: a minha opinião


Acabei agora de vir do teatro de S. Luís da estreia da peça "O Cerco de Leninegrado" e só tenho uma coisa a dizer: imperdível. Imperdível porque a interpretação desta Senhora do Teatro, Eunice Muñoz, nos faz "ver" a personagem que interpreta e nos consegue meter dentro da alma dela.
Esta Senhora, que estava destinada a ser atriz antes do mundo ser mundo, tem um talento que talvez só surga um ou dois desta envergadura em cada século.


Esperemos que a geração seguinte venha a entregar-se e chegue a um talento imenso como este. Beatriz Batarda, Diogo Infante, Ivo Canelas são dos que prometem. Mas esta Senhora é verdadeiramente única e consegue prende-nos a atenção do princípio ao fim.  Por isso, no ano em que faz 70 anos de teatro, foi para mim um consolo vê-la com este talento único,  com esta genica e ... com este amor ao  teatro que a faz entregar-se desta forma. A peça é comovente e uma palavra para a actuação de Maria José Paschoal, irrepreensível e, por vezes, hilariante, sempre no momento certo. Foi um banho de arte e vim com o coração lavado.

BRAVO! Mas sobretudo; OBRIGADA! Pelo talento, pela entrega ao teatro, pela genica, pelo sentido de humor e por me terem posto um coração novo ou, melhor, uma novidade no coração, um banho de arte. E que viva o teatro que nós não vivemos sem ele.

Por último gostei de ver o Presidente da Câmara de Lisboa a oferecer os ramos de flores às actrizes. Não sei qual foi a intervenção da Câmara nem se ele estava ali só por protocolo. Espero sinceramente que não. Porque precisamos de políticos - sejam eles quais forem e de quaisquer proveniências - que compreendam que, nesta fase de crise, é urgente a arte, seja ela em que forma for.
...Desde que não seja fantuchada a armar ao vanguardista para... cadeira ver que não há  público que aguente. Mas é fácil distinguir o teatro desta fantuchada, certo?

E acabo com umas  frases  que me ficaram desta peça:

nós vamos continuar nesta luta e, no final, o inverno chegará ao fim, como todos os outros invernos.

É preciso plantar para o futuro porque o presente não está fácil.


Muito inspirador, não acham?






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