09/11/2015

"The cape season". Por uma moda nova.

Não morro de amores. Mas estamos em onda de "capas". Agora "tropecei" nesta com um enorme sabor a nostalgia. As cores, a lã, o tricot, a conjugação com as calças de veludo cotelê (= bombazine) largo  atirou-me brusca e inesperadamente para as minhas origens!
O que eu acho? O que eu acho é muito simples: esta "nova moda" acompanha totalmente a onda ecológica mundial, o respeito e o interesse popular pelas coisas feitas à mão, o regresso aos básicos e às origens motivados pela enorme crise mundial actual.
Mais uma prova (provada) de que a moda conjuga (tão bem!) com os anseios, os interesses, a vida das pessoas, incluindo com a filosofia e a sociologia!
Para mim, isto é um post tão resumido mas que tem tanto interesse por trás destas conclusões!
E, por último, uma confissão minha, pessoal e intransmissível: eu sei fazer tricot. Aprendi com a minha avó e com a minha mãe.
Eu fiz todas as roupas que a minha bebé vestiu quando nasceu e tinham patinhos com lã metida. E fiz-lhe meias.  Meias mesmo porque, por sinal, nunca aprendi a fazer botinhas. Eram meias feitas com 5 agulhas.
E fiz-lhe outras roupinhas. E fiz a camisa dela e a minha, iguais, todas cosidas à mão porque eu não sei coser à máquina. Não tenho máquina e nunca aprendi. Por isso, cosi tudo à mão, desde o corpo em tricot de puro algodão, ao laço de setim e ao bordado inglês (a dela e a minha que uso ainda). Depois descobri que a mãe de uma amiga que trabalhava comigo costurava e ela começou a costurar o que eu fazia. Não havia nada igual. Tinha tudo o mesmo cunho da "alta costura". E ouvi os médicos a gabar-lhe a roupa quando lha estavam a vestir, acabada de nascer e a ficarem perplexos quando eu disse que tinha sido eu.
Fiz casacos "chanel" em tricot com os acabamentos em pedras que comprava nas retrosarias da rua da Conceição. Fiz um vestido vermelho com flores igual a um que vi do Valentino (e o vermelho era o vermelho Valentino). As flores eram umas com lã metida e outras bordadas e outras cozidas, feitas à parte. As lãs eram do Lopo Xavier do Porto. Ou seja, pura lã que não acaba e que não ganha borboto. Prova provada que há lã mesmo boa. Sei "prensar" e aumentar vários tamanhos as roupas em tricot com o ferro, um pouco de água e um lenço de homem.
Agora voltaram a usar-se as lãs feitas à mão. O ponto desta capa está no livro da minha avó e eu sei fazê-lo!
Agora pergunto-me a mim mesma quando é que eu terei novos motivos para pegar no tricot que está na arrecadação à espera. Para os mais curiosos, posso dizer que é uma saia em lã completamente "missoni".... (eu sei fazer o ponto misssoni...) em bordeaux, amarelo torrado e laranja.

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