Feira Internacional de Artesanato: obrigatório ir.

Feira Internacional de Artesanato: OBRIGATÓRIO IR.
Não necessariamente para comprar.
Para entrar e sentir o mundo inteiro nestes pavilhões, num inebriamento  de cheiros que vão do incenso ao couro e madeiras exóticas.

Senegaleses de 2 metros de altura a vender, entre maravilhas de outras coisas, as malas de viagem mais bonitas que vi.  Guatemaltecos dos confins do continente americano, com o melhor e mais fabuloso artesanato. Honduras. México.Nicarágua. Colômbia. Costa Rica. Eles e elas vestidas com os trajes de lá  e como andam nas suas montanhas e a lembrar o Caribe  e os Andes.
 Turquesas tibetanas cuja originalidade está afiançada pelo facto de os furos das pedras terem o sinal do fogo (os tibetanos fazem os colares furando as turquesas com ferro em fogo). Ânforas em jade que são uma jóia para qualquer casa. Móveis paquistaneses com embutidos de materiais maravilhosos que vão do latão dourado ao madrepérola.
Rubis e esmeraldas da índia. Âmbares. Joias e ouro de princesas indianas que se vão casar.
Pedras do Brasil. Colares maravilhosos em osso. Incenso e pedras semi precisoas das minas do Brasil.
O melhor chá de mirtrilo que provei foi de lá e, depois, tentei arranjar e não consegui: o sabor nem era uma reminiscência, com um preço que era "só" o triplo e que pena tive de não ter trazido mais que o que trouxe voou num instante: não havia ninguém que não gostasse deste chá de mirtilo, quente ou gelado.
Artesãos de tapetes a negociar preços em cerimónia de chá, sentados no chão como  é o costume no país deles.
E aquele boião de cera de abelha produzida no Alentejo e que a menina que me vendeu disse: vai andar o ano todo a pensar em mim. E assim foi. Penso nela muitas vezes. Desde arranjo de carteiras a por novos sapatos velhos, a pomada dá para calcanhares gretados, móveis e é FANTÁSTICA. Parece banha da cobra mas só visto! e só por isso valia ir lá!
No ano passado falhei: não consegui ir, passou-me e, neste ano só perco por "razões de força maior" que espero não aconteçam.
Dica importante: ir no último dia é bom. Porque para os comerciantes é uma tentação vender barato porque ... os portes de reenvio para o país de origem são tão caros que preferem vender cá barato. Mas essa decisão... só a tomam no último dia. E isso, para nós, em tempo de crise, é importante.
A Nossa Senhora que tenho na entrada foi lá comprada, esculpida e pintada à mão em madeira e custou-me o preço que paguei por ela: quase 3 vezes menos do que o senhor pedia. Custou-me um bocadinho, confesso, porque achei que nem pagava o trabalho e é tão bonita! Mas ir ao multibanco estava fora de causa (filas intermináveis) e era o dinheiro que me propus gastar e não mais.

FIA: um inebriante sair de Portugal, entrar num mundo novo, num espaço em que estão tantos países de todos os Continentes, uns ao lado dos outros e passa do Brasil para a Índia à distância e ao tempo de um passo. Vale a pena. Imperdível esta experiência de sensações.Um verdadeiro "encher de olho" pelo mundo inteiro e do  melhor que se por lá faz. Em artesanato, claro.