21/04/2012

A Lx Factory e a boa onda dos Portugueses que saem sempre das "enrascadas"

Queridos Amigos,
Sei que estão intrigados. Eu vou contar tudo.
Mas primeiro, tenho de dizer que fiz isto pela mão da minha amiga Joana. Que é uma das minhas amigas que não  lê o meu blog. É uma "miúda",  mãe de 4 filhos pequenos, família de revista, todos lourinhos, olhos azuis e vestidos de igual, com umas roupas maravilhosas. Olha-se para eles e apetece ter filhos.  Está-se com ela e parece que não tem nada para fazer.  A tranquilidade e descomplicação está-lhe, não na "massa do sangue", mas é o ADN de que ela é feita. Há pessoas assim e a Joana é uma delas e, como descomplica, a vida torna-se mais simples e tem capacidades que ultrapassam a "simplicidade" que é criar 4 filhos. Porquê? Eu acho que é porque ela não dedica um segundo do seu tempo (tempo de relógio e tempo de pensamento, tempo interior) a problemas. Encara tudo com simplicidade e desdobra-se em mil atividades. E ajuda os outros e não diz não quando lhe pedimos alguma coisa. Faz tudo mas com aquele ar sereno de quem não tem nada para fazer. Acho que ela é assim porque em cada momento faz o que tem a fazer e pronto. Mas este ar sereno... faz-me tanta inveja. inveja boa porque o que eu queria era ser assim também, mais nada. Pessoas ao lado de quem estamos e nos sentimos bem porque elas estão bem. A paz pega-se como se pega o nervosismo e o stress (eu que o diga, sim!).
Pela mão da Joana RESOLVI o PROBLEMA do meu CABELO,  ou seja, do meu calcanhar de aquiles e até estou tão aparvalhada que nem percebi se isto é verdade ou se é um sonho!é que são anos de luta contra os cabelos que, nos últimos tempos, dei-me por vencida: Mas com ele sempre apanhado porque quem manda sou eu.
Ter um cabelo (1) brilhante (2) hidratado (3) saudável e (4) liso sem necessidade de ser alisado quando o  secamos, (5) sem ter pago fortunas (vou dizer preços e tudo). E vai ficar assim. Só precisa de manutenção daqui a 3 meses e depois novamente 3 meses e depois, muito provavelmente, só quando crescer!
Este cabeleireiro é no Lx Factory, num 1º andar magnífico de um restaurante asiático.

A Lx Factory!
É um exemplo vivo de como um espaço de uma antiga fábrica desativada foi devolvido à cidade e como ali se conseguiu, aproveitando o que estava e às vezes sublimando-o, como no caso de um enorme buraco na parede de um dos armazéns que foi mantido e tapado pelo lado de dentro com uma simples estrutura em vidro que não está evidenciada de fora. Reciclagem, bom gosto, imaginação sem limites, surpresas a cada esquina.
E também é um exemplo de que, com tão pouco, se faz tanto. Exemplo de que o bom gosto, a imaginação, a arte, nas suas mais diversas formas e manifestações, fazem muito mais do que muitos milhões de euros.
Hoje senti orgulho de Portugal e dos Portugueses. Entrei num mundo que simplesmente me fascinou. De vanguarda. Um mundo feito e por fazer.
Logo à entrada, no cimo de um silo (e são dois silos do complexo fabril inicial que se mantiveram) está assim apresentada a Lx Factory:






Li esta frase que é a apresentação da LX Factory e fiquei rendida. Não era preciso mais nada. O trabalho muda o mundo para melhor. O trabalho, qualquer trabalho, todos os trabalhos honestos! Todos! E quanto mais se trabalha, melhor vai o mondo. Não interessa  se é a ganhar milhões, se é a preparar  uma refeição para a família que vai alimentar cada um, que lhes vai dar estabilidade quando se sentam todos à mesa e conversam das suas vidas, dos seus dias, dos seus gostos e desaires e que se vai refletir nas famílias deles quando quem preparou essa refeição já cá não estiver. O trabalho é transcendente, ultrapassa quem o faz e deixa um rasto que se perde no tempo! Alegria no trabalho sim! É exatamente isto que eu penso e vi-me ali mesmo refletida nesta frase lapidar.

Mensagens, mensagens, mensagens.  A cada canto.



 Ups! Tenho aqui muito material para pensar. De mim para comigo. Preciso de silêncio, de trazer isto comigo. De pensar nisto!

Sentido de humor: "Até que a dívida nos separe".





"Mais importante que vencer o inimigo é vencer-nos a nós próprios"








Não vi esta exposição. Não sei como é. Estava fechada. Mas vem para aqui por causa das  palavras

"Pensar o lugar como campo de possibilidades, passagens e contaminações, a estética e o quotidiano, a arte e o espetador"" Concordo tanto com isto! e fiquei com vontade de ver esta exposição...

Reciclagem de mestre..


Enorme impacto.
Um buraco num edifico da antiga fábrica envolve-nos neste ambiente fabril  abandonado. E assim se manteve. Coberto com uma estrutura de vidro que não é imediatamente visível de fora.














Um limoeiro....






Uma montra


(à esquerda a parte de baixo da montra, à direita a parte de cima)





Restaurante Cantina Lx: o próximo a que hei-de ir! Que ambiente de taberna contemporânea!
Que reminiscências!













Esta imagem tem muito que se lhe diga. Muito mesmo. Mas eu não vou dizer.
A imagem é tudo não é?
Mas faz-me lembrar certos livros que é melhor não serem lidos. E de outros que nos absorvem completamente. É tão urgente ler! Ler! Ler! Ler! O que interessa. Não temos tempo para ler o que não interessa (Ups! não posso falar muito disto que saem já todos do meu blog!)



E agora um espaço  de coisas para casa que só tem uma palavra: fascínio. É como entrar num mundo de coisas únicas cuja definição é : diferença e encantamento.
Deixei-o para o fim de propósito. Vale a pena pousar aqui com mais calma.

Eu imaginei uma história para cada uma destas peças  porque todas nos contam tantas, tantas coisas!
Trata-se de histórias que imaginei  porque cada uma destas coisas me "grita" uma história. Não é a realidade!

Ora vamos lá ver:






0 "meu" Jim Morrison.
Tem tudo a ver com ele e com os anos em que viveu.


Estes quadros, animais em figuras humanas, efabulados: deixam alguém indiferente?

Este altivo, orgulhoso, do alto da sua soberba, que ele pensa que é sabedoria...


Este tímido, humilde, mas um verdadeiro sábio.


Neste sofá imagino sentado o Elvis Presley, a Marilyn, a Sofia,o Roy (Lichtenstein), o Andy (Wharol) em  ambientes de pura descontração criativa e imaginativa. Risos e gargalhadas. Muito champanhe.
Terá  talvez sido trazido diretamente - por ... artes mágicas? - do Studio 54 de Nova Iorque, na passagem da década de 70 para a de 80 do século passado. Como é  que veio aqui parar, não sei. Mas havia por lá alguns assim. Muito cobiçados. Em todos os sentidos. Pelos que conseguiam entrar no Studio 54, pelos que não conseguiam  e pelos que nem sequer tentavam. Que elites estas!


Triologia em almofadas:  o General Viado e o Marechal Buldog.O soldado raso é um aprendiz, mas promete porque é um Porco com um porte seráfico, de total confiança no futuro que a sua resiliência promete ser grande. O olhar fixo também revela a sua sinceridade. 
Os outros têm as insignias, mas ele tem virtudes. Vai longe este porco!




 Perdeu-se e agora anda vergado à procura de quem servir. Com a luz que tem na cabeça.


Pantera? A coleira aponta para um simples animal de estimação. Num caso ou noutro: cheio de muito estilo.


Nesta cadeira só se sentam princesas e príncipes quando elas lhe dão o lugar. Junto ao toucador, local de muitas decisões e conselhos sobre as melhores opções de cabelos, pinturas, cores, maquilhagens e ... outras coisas mais importantes e decisivas que a ela vão ficar ligadas para sempre.
 Em momentos ABSOLUTAMENTE confortáveis.


Malas de viagem? Baús? Mesas de cabeceira ou de fundo da cama?
Tanto faz... em qualquer lugar  ... servem para  o  destino  que  lhe quiser dar.


Uma cadeira fetiche. A forma veio de um museu, sim, mas a pintura e o estofo vieram de um quarto romântico, cheio das maiores comodidades. Ela estava a um canto do quarto. Nos últimos anos da década de 50 para a de 60 do século passado. No meio daquele luxo de conforto mal se notava, mas estava lá, sim. E ao que ela assistiu! Quanta sabedoria acumulou.! Eu quero um quarto assim de...


De SONHO!

Numa casa com trono de rei ...

Muitos espelhos


Nele hão-de entrar a Alice e a Branca. Do País das Maravilhas e da Neve. E  vou sonhar com elas.

Mas também não prescindo deste ... camiseiro? cómoda? Não sei. Sei que me lembra a arte nova do princípio do século passado mas que, de repente, me transporta para os anos sessenta. Não sei porquê. Nem isso me interessa. Simplesmente é assim.



Tirados das fábulas, os generais imaginam-se pessoas - que não são!  - e vieram todos observar-me.


Mesa de cabeceira ou mala de maquilhagem em sessão de passagem de modelos? Fotografia mal tirada.
Mesa fascinante. Por isso vale estar aqui não obstante.



Que mesa de cabeceira! Se eu fosse uma estrela de cinema, havia de ser minha e nas gavetas guardar todos os guiões dos meus melhores filmes!


O relógio da minha cozinha. Eu quero-o!

Que candeeiro! Veio de uma casa colonial da Índia Portuguesa. Imagino-me com um enorme chapéu de abas largas, vestido comprido,em reuniões à volta dos melhores chás. Companhia de serões infindáveis de livros devorados do princípio ao fim.

Por fora parece o casco de um avião de guerra. Blindado e cravado. Por dentro couro grosso mas macio num tom que também me transporta para um cenário de guerra. Mas é só um engano, um equívoco. Porque o design, as formas,   as linhas curvas, sensuais, sensíveis, me revelam que estou perante um objeto de culto.
Quer se goste. Quer não se goste.
É um objeto de culto.  Ponto.
Não deixa ninguém indiferente.


Esta é uma cadeira de rei. Do palácio de Versalhes. É possível que tenha assistido à chacina do Rei Luis XVI e da Rainha Maria Antonieta. Andou perdida levada pelos revoltosos.  Tal era a sua qualidade que chegou aos anos 60 e foi o Roy Lichtenstein que a encontrou. E dela fez um objeto do quotidiano.
Ele costumava pegar nos objetos do quotidiano para deles fazer obras de arte.
Mas aqui foi ao contrário. É uma peça de museu que ele transformou num objeto do quotidiano.
Sim. Mas muito incónico, sem dúvida. Único.
Fascinante esta mistura.


Não esqueçam: estas histórias foram INVENTADAS por mim, como se estes objetos mas tivessem CONTADO!
Uma coisa é certa: coisas únicas, diferentes, que vale a pena ver, que mexem connosco.


Parabéns. E muito obrigada por me ter deixado tirar estas fotografias. Por não se ter importado por serem tiradas com um telemóvel. Obrigada por ter confiado em mim.
Vou voltar aí muitas vezes!

Bem e o resto da história: amanhã!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Quanto a ela: só dizer que me tirou anos.  E que acabei de ter a confirmação provada disso mesmo.
Vou contar tudo neste blog. Isso sim. Mas amanhã.
A um clique se si !


Clique e não clic como ando a escrever aqui há 5 meses. Estamos sempre a tempo de emendar.
Persistir no erro é a pior coisa.
E todas as horas são horas de melhoras (onde já ouvi isto?)

E desculpem as fotografias. Foram mesmo tiradas pelo meu Nokia X2. Eu não tenho máquina fotográfica minha e esqueço-me sempre de levar uma. Hoje foi mesmo uma pena. Porque valiam boas fotografias...


Beijos
Maria

1 comentário:

Rosarinho disse...

Gosto imenso da LX Factory!! Tem um "ar" de muita arte e eu gosto imenso da arte... está-me no sangue!!!