Não é suposto neste blogue falar de política e eu não quero falar de política. Basta que hoje em dia a política me incomoda e não vejo notícias porque saio irritada. Porque esta gente não pensa nas pessoas e eu vivo com a dificuldade das pessoas e das empresas todos os dias e a toda a hora e porque esta gente só sabe criar dificuldades às pessoas em vez de as servir. Não fazem a mais pálida ideia do que é o bem comum. Para esta gente bem comum é encher os bolsos deles e dos amigos, como o recente vergonhoso saneamento político por questões de avental.
Hoje fiquei surpreendida.
Pela primeira vez na história deste país vi crianças num congresso político. Crianças. Famílias. Ouvi falar de vida. De esperança. De futuro. De serviço. De bem comum.
Hoje, pela primeira vez neste país, uma mulher, mãe de 4 filhos, assume a liderança de um partido político ao mesmo tempo que assume, sem complexos, as suas crenças religiosas, as dificuldades e
truques para adaptar a sua vida profissional à sua vida familiar como mulher e mãe, com simplicidade e sem peneiras, descomplicada. Espero, sinceramente, vê-la bonita como quando vestiu aquele vestido da Katty Xiomara com a pêra rocha portuguesa (que pinta!) que a criadora portuguesa fez para uma feira de fruta em Berlim. Na altura, ela era ministra da Agricultura.
Mas não é só esta mulher que marca e faz a diferença. A Marisa Matias: eu tenho mais do que uma enorme admiração por esta mulher. Uma força da natureza, que foi capaz de deixar para trás a ideologia vazia e perversa dos "temas fraturantes" do partido a que pertence para abraçar preocupações sinceras pelas pessoas reais, que a fez assumir como suas as penas dos refugiados, pelo trabalho escondido e árduo que assumiu no Parlamento Europeu, porque enfrentou com
mais força que um homem a industria farmacêutica e porque não se deixou deslumbrar pela política, nem a fama lhe subiu à cabeça, igual a ela própria, porque é simpática, porque é emotiva, porque põe as pessoas no coração, porque mantém o nível e... porque tem estilo. Mas sobretudo porque foi pastora. Pastora de andar com as ovelhas pelo frio e pelo calor, porque não tinha água em casa e a tinha de ir buscar à
fonte. Toda a água: para beber e para lavar. E porque ganhou a vida a fazer limpezas nas casas das pessoas para ganhar dinheiro para tirar o curso superior. E sobretudo porque não fala sobre isto. E quando fala não é com amargura mas com alegria, com uma certa saudade, como um passado que lhe marcou a diferença pela experiência e a que atribui a sua capacidade lutadora. Um espírito positivo que nos dá lições de vida. São mulheres que são uma fonte de inspiração. Se houvesse muitas assim, o mundo estava seguramente diferente.
3 comentários:
Adorei!! Obrigado!!
Obrigada! Muitos beijinhos!!!!
Olá Amiga
Gostei do seu texto, sem política e sem fronteiras......
Bjo
Edite
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