Depois de vários fins de semana fora de Lisboa, neste sábado passei o dia a fazer "recados" que passaram pelas Amoreiras porque é um centro tão confortável para as listas intermináveis de coisas para fazer, adiadas nas minhas últimas semanas de um literal casa-trabalho-casa-trabalho.
Encontrei-as numa das lojas das Amoreiras e tirei-lhes a pinta com um lance de olhar que, de imediato, fixou a imagem numa "fotografia" de cabeça, de "cor e salteado" (tantas vezes ouvi a minha querida mãe dizer que não se olha para as pessoas fixamente que me habituei a ter uma memória seletiva que me faz isto). Sei mais ou menos de onde eram as coisas (principalmente o vestido porque eu fiquei com a saia que já trouxe para este blogue) e posso reproduzi-las aqui. Eram 4 amigas, não percebi de onde porque falavam uma língua que julgo que seria de algum dos países nórdicos. Eram daquelas pessoas que criam a moda e não a seguem. E nós vemos tantas pessoas seguidistas da moda, algumas com a farda do costume e outras, normalmente de certos países estrangeiros (não vou designá-los mas estão por aí a imaginar...), que andam de marcas da cabeça aos pés, coisas muito caras mas que, enfim.... (Precisamente também nas Amoreiras vi uma com um lenço Louis Vuitton, um cinto Gucci, uma carteira Dior e uma botas Chanel, tudo com o logótipo bem visível. Com esta freguesia, se eu vendesse logotipos dourados das marcas fazia um dinheirão). Estas não. Estas eram as típicas do "street style" da lente do Scott Schuman. Ainda hoje tenho pena de não lhes ter falado, embora tenhamos sorrido (eu mais timidamente, mas elas sem problema. Porque somos tão reservados os Portugueses?). Pessoas que eu chamo de "segundo olhar" mas estas eram de terceiro e quarto olhar, de fazer virar muitas cabeças. Não fui só eu....
Se nós arriscássemos mais, se nós percebessemos o que nos fica bem e que sai do comum, elevando o nível, isso é que era um céu de beleza.
Não estou a dizer que, de repente, andemos todos com um vestido dourado "cortado" com um cinto e uma calças por baixo, com umas all star, usado com um blaser de corte masculino e comprido. Ficava-lhe bem a ela. Que pinta!
Mas o que eu penso é que seria sempre bom subir um patamar na originalidade e no chique. Isso passa por arriscar um pouco, com senso comum (q.b) e sobretudo a imaginação de ir buscar peças que estão no roupeiro à espera de uma festa especial e as trazer para a festa de um quotidiano mais bonito e mais brilhante, luminoso e feliz.
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