24/04/2014

Enterro trocado.

É só mais uma das minhas meu querido blog.
Disse em casa que a mãe da minha amiga tinha morrido, rezei-lhe pela alma e apressei-me a ir ao enterro que os amigos são para estas ocasiões e isto de se finar a mãe de uma pessoa deve custar como o catano (desculpa o vernáculo, mas julguei mesmo que já te tinhas acostumado).
Lá cheguei à Igreja que estava tão cheia, mas tão cheia que pensei que a mãe da minha amiga - senhora tão querida - tinha mesmo muitos amigos e devia ser pessoa mais importante do que eu julgava que funerais assim com tanta gente é mesmo só para pessoal conhecido. E, por falar em conhecido: cheguei ao enterro (Missa de corpo presente) e logo vi uma cara que me parecia familiar mas pensei que logo havia de perceber de onde. Lá entrei na Igreja enorme, muita gente, muito mundo e caras muito famosas de tão conhecidas que são. Homília bonita, muito comovente até. Completamente apropriada para a mãe da minha amiga que era uma pessoa mesmo assim. No final, lá me vieram as lágrimas que o texto lido pelos familiares foi muito bonito e - pensei eu - mesmo a fazer lembrar a mãe da minha amiga, que era mesmo assim. Tal e qual. No final das cerimónias (bonitas, diga-se), pediram que se deixasse sair a família e que as pessoas só saissem depois para os cumprimentos de ocasião já fora da Igreja. Ok. pensei eu. Fico aqui a rezar um bocadinho que isto vai demorar com tanta gente. O pior é que não via a minha amiga. Bem procurei, mas não a vi. Nem ela nem a família dela. E as pessoas que conhecia vagamente eram todas da televisão.
Olha meu querido blog. Bem lhe rezei pela alma. Mas a senhora ainda não morreu.
Fui a um enterro enganada.
Para epílogo, vou-te só  dizer que ainda fui a tempo. A tempo de as pessoas da minha casa não terem dito a ninguém e de as informar que, afinal, a pessoa que tinha morrido era outra. E dizer que - claro - a culpa foi minha. Fui eu que troquei o nome. Uma mulher troca-se e, de vez em quando, assobia nas curvas e anda fora dos postes. Mas é só mesmo de vez em quando.
No final da história, está tudo bem.  Por esta já lhe rezei pela alma e já as leva, quando for. Quando for ... Não foi desta....

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta história dava uma curta-metragem bem engaçada!
Acontece-lhe cada coisa...