07/11/2013

Não te abandonei, nem te abandono.

Querido Blog,
Não te abandonei. Não te abandono.
Há situações na vida tão trágicas, tão dolorosas e tão inesperadas.
Agora não nos devemos perguntar porquê. Porque não há resposta ao porquê. Porque a pergunta "porquê" nos enche a cabeça de sombras que nos atiram para baixo e nos fazem muito mal (eu não quero escorregar para baixo nem quero ter dentro de mim sombras que me fazem mal). Devemos perguntar-nos o "como". A pergunta "como?" é a pergunta certa que nos traz paz (eu quero ter paz) e nos eleva no meio de tanto sofrimento e de tanta saudade. Um sofrimento tão aconchegado pela paz que Deus nos dá. Como vou aceitar? como vou ajudar os outros? como vou agradecer o dom desta vida interrompida de forma inesperada, dolorosa, precipitada, antes de tempo? Como vou agradecer? Uma forma de agradecer é recordar as coisas tão boas que vivemos, os momentos que passamos tão bonitos e tão bons. Com muita saudade. Mas com a certeza de que na vida eterna nos vamos encontrar. E até lá? Rezar, rezar, rezar. Por ele e por nós. Rezar, rezar, rezar. Esta vida não é a nossa morada definitiva e todos - todos, todos, todos - caminhamos para a nossa morada eterna, onde não havemos de chorar, nem sofre, nem dizer adeus (meu Deus! quantas vezes ouvi eu estas coisas e só agora a estou a PERCEBER)." A minha mãe está parecida à Mãe de Jesus na parte em que ela também perdeu o Filho.
Nestes dias de aflição encontrei a paz na minha Mãe, Nossa Senhora, que é, com sentido próprio, a Consoladora dos Aflitos.
A Capela da Quinta é a prova de que a nossa vida são alegrias e dores. Que grande festa tivemos há um mês atrás no teu casamento. A mesma Capela que agora recebeu o teu corpo. Estás entregue a Deus. Disse-me o nosso grande Amigo Padre Geraldo que estás no Céu. Diz-me a L.. Diz-me a paz que te pedi (eu sei que foi pôr-te à prova, mas tu passaste-a com distinção) e que me conseguiste (recebeste o Corpo de Deus, como pode Deus deixar de receber o teu agora?). Tivemos toda a ajuda, todo o carinho, todo o conforto, todas as orações da nossa Família que é tão grande, tão boa, tão unida. Não se pouparam a nada e deram-nos tudo o  que precisávamos. Os sacerdotes para rezarem as Missas com homílias que NUNCA mais esqueceremos. Como mandaram os paramentos com um carinho e uma disponibilidade sem fim. Coisas que NUNCA se agradecem e que me faz ter a certeza que estou no melhor sítio do mundo. Dá um beijinho a todos os nossos avós. E olha por nós. Faz com que sejamos boas pessoas. E façamos sempre os outros felizes. Que façamos sempre a vontade inquestionável de Deus.  Um beijinho do coração.Vou precisar de falar muitas vezes contigo.

10 comentários:

Anónimo disse...

Lamento Maria...! Um beijinho

Margarida disse...

Um grande grande beijinho! não soube de nada mas agora fico a rezar!

Anónimo disse...

...

Anónimo disse...

Minha querida prima, que texto maravilhoso. Muito emotivo, comovente, cheio de verdade .. como se , por teu intermédio, tudo aquilo que pensamos e sentimos tivesse sido dito por ti..
Isso; agarremo-nos a lembranças de bons momentos. E deves ter muitas :) Um coração sereno recebe mais prontamente a Luz que vem lá de cima:)
Abraço carinhoso. Estamos com todos vós neste momento.
P. e F.

Violante e Filipe disse...

Querida Isabel, lamento muito!Recordemos os momentos de alegria e o que nos transmitiu. Um grande beijinho uma oração pela Isabel e por todos.Beijinhos!

Unknown disse...

Querida Isabel, fiquei agora a saber da dor que estão a passar.
Podem contar com as minhas orações.
Um xi-coração muito terno, para ti, que quero estender a toda a tua família.
Gabriela P

Anónimo disse...

Amiga Isabel
Quando se perde um ente querido, é uma dor enorme, mas fica a fé e o amor que sentimos no nosso coração.
Tenho rezado por si e sua família.
Um grande abraço e bjo
Edite

Maria disse...

Obrigada :(

Fernando Vouga disse...

Querida prima

Desde 3 de Novembro no Brasil, só hoje é que disponho de uma ligação à NET minimamente fiável e funcional. Isto para justificar o nosso ineceitável silêncio.
Dizer que lamentamos é pouco, embora verdadeiro.
Que dizer então?
Francamente, não temos palavras. Mas enviamos um sentido abraço.

Maria disse...

Muito obrigada Fernando.