09/02/2016

O preço dos desfiles




 São muito mal tratadas e conseguimos ver na cara de algumas das mais icónicas beldades uma tristeza e melancolia que nos dá pena e que não "casa" com tanta beleza. Não nos esquecemos da infelicidade inultrapassada que convive com tantos aplausos, tantos seguidores, tantas multidões de fãs e ... tanta bajulação. (Só um parentesis: Lembram-se da Marilyn?)

Nas semanas de desfile passam fome e a nutrição resume-se a uma maçã por dia. Aguentam os desfiles com uma banana. Engolem algodão com água para encher o estômago e enganar a fome.
São tratadas como gado e vestidas nos desfiles sem nenhuma dignidade. Os designers o que querem é cabides, onde a roupa caia sempre bem. Não querem pessoas. Querem mulheres sem formas e de uma estrema magreza. As fotografias são retocadas em fotoshop e assim atinge a "perfeição" que enche as páginas das revistas e vende roupa.
Muito poucas são as que chegam aos desfiles da Victoria's  Secrets porque as quer magras mas sem ossos à vista para encher olho dos homens e as páginas dos jornais da Bola.

O mundo pensa que vivem rodeadas de bajulação e honras mas sobra-lhes desprezo.
São as modelos do séc. XXI.
Agora o Governo francês exige que só sirvam as que venham acompanhadas de "certificado". Lembra-me  certificado do gado e das vacas barrosãs.
Tenho uma imensa pena destas raparigas (e rapazes) e o pior é a ignorância do mundo em que elas vivem e das atrocidades a que se submetem.
Vamos ao certificado. Claro que é uma coisa boa exigir que as modelos tenham parâmetros mínimos de IMC e relação altura / peso e que as subnutridas estejam impedidas de desfilar. Já dizem que muitas vão ter de ganhar peso. Deste atestado médico também tem de constar o historial de hábitos alimentares e da capacidade para a profissão de modelo. Tudo certificado por uma junta médica. E parece que vai ser cumprido porque as multas são de 75.000 € a 6 meses de prisão.
E, ainda em prole daquela condição de elegância que é a verdade, as imagens com fotoshop vão ter de conter a menção expressa de "imagem retocada".
Claro que tratar as modelos como pessoas humanas não se regula por decreto. Claro que ser verdadeiro também não.
Mas acaba-se com esta forma de violência que é a anorexia e o sofisma de que uma mulher nunca é suficientemente magra (mea culpa, mea culpa, mea culpa....). E, sobretudo, acolhem-se, na moda, os valores do humanismo e da verdade sem os quais a moda não é moda mas alguma coisa fútil e totalmente destituída de sentido.
Nós aplaudimos. Com as duas mãos.

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