Queridos Amigos,
Ando arredada do blogue porque estou a preparar uma big party de que falarei mais tarde, pode ser?
Vi-me hoje na rua com este post na cabeça e dei comigo a rir-me feita tolinha no meio da rua. Vale-me o facto de não me importar de parecer tolinha e de isso, muitas vezes, me dar um enorme jeito. Um dia explico porquê.
Isto veio-me à cabeça por causa da roupa que hoje trazia. E porque há dias, num sítio que não vou dizer aonde nem quando porque TODAS as pessoas me merecem um enorme respeito e eu não quero, nem por resquício, que se possa chegar à pessoa.
Depois porque a minha vida profissional me leva a lidar com situações que ultrapassam muito a ficção e... já nada me admira nesta vida. Nada.
Há dias estive como uma rapariga que até estava em bastante boa forma física (silicone e mão de cirurgião plástico incluída) mas parecia uma prostituta e nem sequer era de luxo. Era mesmo das rascas. Tudo por causa de uma saia que é da Zara, anda em todos os blogues e na verdade são uns calções, mas parece uma saia e é ultra mega curta. É branca e tem uns bicos (já há noutras cores). Há pessoas em que esta saia não dá este ar de prostituta, mas nesta rapariga dava mesmo. E lá estive eu dentro da minha cabeça a vestir esta rapariga e pô-la, com a minha imaginação, com uma coisa que ela não tinha: categoria e bom ar.
E comecei a pensar que, numa mulher, o mistério é infinitamente mais sexy, atractivo, bonito, elegante e... chamativo.
Vamos lá ver uma coisa: uma mulher quando vê um homem em pelota (=nu) até pode apanhar o susto da vida dela. E mesmo que seja um "Adónis" Desde os pelos (a depilação masculina ainda só fez moda nos ginásios e no mundo do desporto) a tudo o resto que me escuso de descrever, normalmente o efeito é este. Tirando as fotografias em fotoshop com eles todos besuntados e lindões em altas poses, normalmente é isso que acontece e uma mulher tem de ver num homem mais que a pelota para se deixar conquistar. Com os homens isso é diferente e perante uma mulher descapotada ficam todos entusiasmados, aquilo vai tudo num crescendo, mas o que é certo, certinho, é que o entusiasmo não vai para a pessoa que ali está mas para o canastro, seja qual for a parte em exibição (=destapada). Entusiasmo passado fica a recordação do canastro e nem ideia têm da dona do mesmo. Nem tão pouco isso lhes interessa. Homens que são, fixaram-se naquelas partes que os deixam entusiasmados (=entusiasmo exclusivamente físico) e nem conseguem ver o resto. Lembro-me de uma estagiária a quem tiveram que chamar a atenção porque usava decotes até ao umbigo (devia ter muitos parafusos a menos na cabeça e outros a mais em sítios que me escuso de dizer, não sei o que é feito dela, se continua na profissão ou não. Não a imagino no Moulin Rouge só porque não a vejo com jeito para dançar o can-can). Não havia homem que conseguisse ouvir o que a pobre da rapariga dizia porque se fixavam no par das duas dentro do decote e não lhes saía dali nem o olhar nem a cabeça. Era hilariante!
Com as mulheres que são atractivas sem mostrar, isso não acontece. E se há entusiasmo ele não é de ir e vir. É pela pessoa, não é pelo canastro e eu acho isso infinitamente mais interessante. Uma mulher que desvenda tudo, esconde-se como pessoa. Resume-se ao corpo e não mostra mais do que isso. Uma mulher que se veste em vez de se despir cria nos outros uma áurea de mistério que lhes interessa desvendar. Começa por ser pessoa em vez de um corpo. E o entusiasmo que cria nos outros pode não ser momentâneo e físico mas é seguramente mais interessante e permanente. Além disso, todos nós encerramos um mistério, somos um mistério (!), temos uma intimidade que importa resguardar do olhar guloso igual ao que se lança a um bife mal passado. E a comparação até parece feliz porque eu vejo muitos homens olhar para as mulheres descascadas com aquele ar inconfundível de "vou-te comer" ou "comia-te rapidinho".
Chamem-me o que quiserem. Nem precisam. Eu sei. Sou bruta, mas é deformação profissional Quero lá saber do que pensem. Só espero não escandalizar ninguém, mas que se lixe que isto é assim mesmo e não estou a inventar nada.
O que eu gosto é de mulheres elegantes, bonitas, que guardam a sua intimidade como o bem mais precioso que tem. E que são donas do seu corpo que vale muito e que não é para atrair olhares gulosos. É muuuuuuito mais do que isso!
E raios partam os homens que só querem "comer" as mulheres porque elas valem de mais para isso.Mas coitados... eu compreendos. É aquele entusiamos que os impele, aquele "fiel da balança"que vai irresistivelmente para o ..... e para os..... e para a..... à vista desarmada.
Uma mulher entregar-se de corpo e alma? Sim, claro! Mas não na rua e ao olhar do primeiro que aparece, É a quem ELA QUER! A quem merece e quando merece.
O resto que vão para o raio que os parta com esses desejos gulosos. Na Portugália há bons bifes e ali para os lados de Belém há pastéis de nata que parece que são os melhores do mundo.
Tudo isto a propósito do vestido que eu trazia hoje. Que fica... para o próximo post!
PS- desculpem lá eu ter praguejado neste post, sim? E mais qualquer coisinha. A sério que eu tive uma boa educação dos meus pais, mas descambei. Os meus irmão não são assim. Eu definitivamente degenerei. Que se lixe! Mas pronto! Fica a promesso: vou tentar emendar-me. Mas só uma confissão: dizer asneiras é para mim o maior tirador de stress... (faço por o fazer sozinha porque em público é do mais ordinário que há...)
Beijo da Maria
7 comentários:
Já dizia a minha tia: o que é bom é para se ver!
Ora querido anónimo: eu concordo TOTALMENTE com a sua tia!!!! As pessoas são bonitas, sim! Em geral todas são bonitas e todas têm coisas bonitas para se ver. Geralmente não são as partes íntimas as mais bonitas. Mas cada qual tem a sua "fixação" que eu respeito MUITO! Obrigada por vir aqui! Volte sempre!
Gostei gostei gostei!!!! ás vezes dá vontade de tirar uma ftg as pessoas e dizer-lhes "já viu como é que está despida?"!
Querida M a mim (sinceramente porque não posso deixar de o ser) dá-me imensa vontade de rir. Principalmente umas cheias de banhocas com saias curtas e justas a sair banha por todo o lado. A cereja em cima do bolo é que se põem em cima de tacões e o andar é simplesmente lindo em pleno equilibrismo na calçada portuguesa. Cai ou não cai? Hilariante! Eu só de olhar para aqueles pés doem-me os meus acreditas? Lindo! as "miss pig" no seu melhor! :)
Pronto! Só para dizer que a tiazinha que dizia que o que é bom é para se ver era mesmo eu (eu já tinha desconfiado...). Ou melhor dizendo: era a mim que a querida anónima se referia...
Querida prima
A nudez, como tudo na vida, teve altos e baixos. Se era vista com toda a naturalidade na Antiguidade Clássica, foi, na Idade Média, diabolizada por Santo agostinho e mais tarde por S. Tomás de Aquino.
Sou de opinião que a nudez pode ser estética, da mesma forma que o trajar pode ser obsceno (estou a lembrar-me das indumentárias de Dulce Pontes...).
Em tudo há que ter bom senso e acredito que a excelência só se consegue com uma alternância entre o mostrar e o esconder. Porque a sugestão só funciona quando se sabe como é o que está escondido. Sem revelação, nada feito.
Fernando devo dizer que andava aqui a sentir a sua falta e dos seus comentários e até já estive para reclamar "oficialmente"! Sim! Assiste-lhe razão!Bom senso!!!! Sim é imprescindível. Mas... já leu Santo Agostinho? è uma delícia!!! Nunca o li sobre a nudez mas a-do-ra-va porque sou uma fã deste homem estranbólico que deu a maior cambalhota na vida que eu já alguma vez assisti. Sou uma apaixonada por ele e gostava imenso de saber o que ele escreveu sobre a nudez! Sim a antiguidade clássica tem nus maravilhosos e também há muitos na escultura e pintura moderna que atá andam neste blog! Sim! E tem razão "o trajar pode ser obsceno". Toda a razão e é um bom tema para escrever sobre isso. A Dulce Pontes... não é um ícone de estilo, salvo melhor opinião e ... não reparei nunca no que põe em cima... não sei porquê... nem me quero pronunciar porque ía chegar a conclusões não "escreviveis", mas tem cá um vozeirão! Fernando: sentia aqui a sua falta!!! Obrigada por ter voltado!
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