Venho aqui ao meu blogue, que o Sr. Presidente não lê porque a sua especialidade é mais trânsito rodoviário, dizer-lhe que conseguiu a proeza - que mais nenhum político conseguiu! - de eu pensar em si pelo menos duas vezes por dia, muito tempo de cada vez: o tempo que demoro a atravessar o Marquês do Pombal e ir percorrer as ruas de Lisboa, pela Estefânia e outras que tais quando eu apenas queria andar 100 metritos em linha recta - linha retinha mesmo!
E depois também me vou lembrar do Sr. Presidente de cada vez que for ali à bomba da gasolina.
E também me vou lembrar de si de cada vez que pensar que tenho à minha espera o trabalho (de manhã) ou a minha família (à noite) para jantar enquanto eu estou ali naquela maravilhosa fila de trânsito lateral do Marquês que não anda nem desanda, durante tempos infindáveis, num para-arranca que só me lembra - outra vez! - o Sr. Presidente. O arranca quando pensei que até se andava a portar bem e a pôr as contas da
Câmara em dia, o que a mim até me mexe nos meus bolsitos. E no pára que é andar a fazer este experimentalismo que me volta a mexer nos bolsitos de muitas maneiras, mas em sentido inverso. E, já agora, me anda a mexer com os nervos. Porque, veja bem: uma mulher tem de trabalhar e fazer o jantar e isso não se consegue fazer no meio das filas experimentais do Marquês. Podia levar os tachos comigo no carro, mas onde cozia as batatas? E depois, vê-se assim impossibilitada de cumprir a sua missão nesta terra que é trabalhar e tratar da família e fica à beira de um ataque de nervos, mas à beirinha mesmo, e isso depois até pode dar mesmo doença dos nervos e ficar crónica, já viu? Depois até posso mandar-lhe a conta do experimentalismo "psi", pode ser?
E não percebo uma coisa: sempre ouvi dizer que a maior poluição é quando há muito trânsito e no para-arranca. Mas o Sr. presidente disse que as alterações foram feitas para ter menos poluição: sou eu que sou burra ou o Sr. presidente não se explicou bem? Vê? Lá estou eu a pensar em si, neste caso na sua inteligência superior e inatingível, pelo menos por uma mulher nervosa. Olhe que uma mulher nervosa não pensa e quanto mais tempo está nervosa pior é (fala a experiência, sabe?).
E pronto: aqui tem uma mulher a pensar em si Sr. Presidente. É verdade que é uma mulher à beirinha de um ataque e de ficar com doença dos nervos, mas mesmo assim, uma mulher. Espero que, ao menos, isso o faça feliz.
Cumprimentos mas só com votos de melhor assessoria e iluminação à hora de decidir, pode ser?
Da sua munícipe que pensa muito - mas mesmo muito - em si,
Maria
4 comentários:
Adorei!! Devia lesmo enviar-lhe a carta!!
Luísa
Se consegui enviar carta à Hermés que é lá para os lados de Paris de França (que foi muito bem educada e me respondeu!), não havia esta de chegar ao Sr. Presidente aqui mesmo da Câmara de Lisboa? Vai-lhe chegar às mãos, sim.
Olá Isabel
Esta sua belíssima carta parte do pressuposto que as obras em geral são para beneficio público. Puro engano. As obras são feitas com a finalidade primária de financiar os partidos. Por vezes têm também finalidades eleiçoeiras. Porque é através das construtoras, que normalmente lidam com quantidades inimagináveis de dinheiro vivo (...), que entra dinheiro para os partidos e para os bolsos dos partidários.
Como se sabe, ninguém corrompe com transferências bancárias...
Esta obra terá, em princípio, o condão obrigar a medio prazo a grandes modificações, tal é a asneira. E lá virá outro concurso, outra derrapagem, outros dinheiros por debaixo da mesa.
Está a topar?
Saudades
Sim Fernando estou mesmo a topar e é isso que me põe à beira de um ataque de nervos. Ainda por cima, não imagina as obras que foram necessárias para estas alterações "em experiência"! E as que vão ser necessárias para as alterar. O que confirma o que o Fernando diz.... Um abraço de saudades!
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