Este é um texto que escrevo compulsivamente, a um dia de convidar todos a fazer parte deste espaço, com o melhor que têm - na cabeça e na imaginação – e de, com isso, serem catapultados para uma esfera mais elevada, a de deixar o rasto de ajudar os outros e de eu, com imenso gosto, me desfazer de duas coisas de que gosto imenso e que certamente farão alguém feliz.
Este é um espaço de moda com gostos que são sempre – modéstia à parte – do melhor que há, em tudo, desde a Patek Philippe até aos melhores sapatos do mundo e não me eximi de mostrar aqui aquela passagem de modelos da Chanel num ambiente de luxo em que nada se poupou, num ambiente dos marajás das Índias e falei dos anteriores, dos luxos de Bizâncio às maiores riquezas do império dos grandes czares da Rússia. De vestidos em que cada pedra, cada pérola é cuidadosamente cozida à mão por mestres artesão em milhares de horas de trabalho paciente e cuidado.
E gostava de ter um Patek Phillippe porque, como diz na sua publicidade, nunca nos pertence porque o seu dono é sempre a geração seguinte. E também gostava de ter uma Birkin da Hermés, que também iria passar para a geração seguinte, seguramente. Mas também não vivo para isso nem penso que seja menos sem isso, nem vou fazer tudo para ter uma Birkin nem ando obcecada por isso.
Mas hoje senti os efeitos da crise de forma tão crua que me chegou, como o frio destes dias, até aos ossos. E amo esta crise. Amo o facto de ter de me agarrar ao amor que existe dentro de mim e de o dar aos outros por não haver mais nada para dar. Amo o que esta crise me faz crescer e o desprendimento a que me obriga e amo a pessoa melhor em que me posso transformar. Amo esta crise porque, depois dela, eu serei uma pessoa melhor porque a dor me pode transformar nessa pessoa.