Queridos Amigos,
"A moda não é arte, mas precisa de artistas", disse Yves Saint Laurent. Mas eu acho que a moda é uma arte. Arte de criação, mas também arte de conjugação.
Desde sempre que fico fascinada com roupas, ou melhor, com certas roupas.
Vou tentar demonstrar neste post que a moda é uma arte.
Mas, antes, tenho de dizer que a moda é a sabedoria de escolher a roupa certa para o "cabide" certo (e, claro, para o momento certo).
Há pessoas que são um bom "cabide" e que, praticamente, não necessitam desta arte porque, simplesmente, tudo (ou quase tudo) lhes fica bem. Isso, sim, precisam daquele allure indefinível.
O que interessa não são roupas maravilhosas no cabide; mas roupas que ficam bem e funcionem em quem as veste. Ou seja, harmonia, chique, classe, estilo ("a moda passa mas o estilo permanece"; já que estou numa de Yves Saint Laurent) É disso que se trata.
Vou voltar a este tema mais tarde, sem dúvida.
Mas agora o que estou ansiosa por mostrar é que, se a moda não é arte (eu acho que não é arte, mas é uma arte) a moda inspira-se na arte.
Ora vejam:
Em 1965, Yves Saint Laurent criou um vestido icónico, em forma trapézio, ultra criticado na altura (a silhueta, ao tempo, era dominada pela cintura marcada, típica da Casa Dior, casa de que o próprio Yves Saint Laurent ficou responsável, com apenas 21 anos, após a morte de Christian Dior em 1957). Esta linha trapézio foi criada para ser versátil e pensada para cair direita independentemente da forma do corpo.
Quando criou este vestido, Yves Saint Laurent prestou um tributo a
PIER MONDRIAN:
(modernista, Holandês. 1872–1912):
Composition with Red Blue Yellow
Em 1988, Yves Saint Laurent, inspirado em
VAN GOGH
(1853-1890, pós-impressionista; Holandês);
Vaso com quinze girassóis (Janeiro de 1889).
Prestou-lhe esta homenagem:
E esta;
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Vincente Van Gogh
Dutch, Saint-Rémy, France, 1889 Oil on canvas 28 x 36 5/8 in.90.PA.20
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The J.P. Getty Museum, Los Angeles, E.U.A
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E agora
CLAUDE MONET
(1840 - 1926, francês, impressionista e que esteve na origem da designação do impressionismo)
com as séries dos Nenúfares inspirou Yves Saint Laurent
Water-Lilies, Claude Monet 1914, oil on canvas 200 x 200 cm, National Museum of Western Art, Tokyo Japan. Giverny
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Homenagem a
HENRI MATISSE
(1869-1954; fauvista, modernista, francês),
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Vestido de 1953
Inspiração em
GEORGES BRAQUE
1882-1963, francês, fundador do cubismo (com Pablo Picasso)
E inspiração e homenagem a
PABLO PICASSO
(1881-1973; espanhol, de Málaga, mestre da arte do Século XX, co-fundador do cubismo, pintor, escultor, desenhista):
Homenagem a
SERGE POLIAKOFF
(1906-1969;modernista russo nascido em França)
Homenagem a
FRANCISCO DE GOYA
(1746-1828, espanhol, retratista; paisagista)
:
Homenagem também à Pop Art,
Roy Lichtenstein
(1923-1997; Nova Iorque, E.U.A., identificou-se com a Pop Art)
ficam mais porque eu gosto imenso, imenso deste Roy, imenso...
Mas também os artistas lhe prestaram homenagem a ele, Ives Saint Laurent.
Vejam este de
Andy Warhol
(1928-1987; Pittsburgh, EUA; maior figura do movimento Pop Art)
A painting by Andy Warhol paid tribute to Yves Saint Laurent, in the expo in Corunna in 2008.
Corunna 12/02/2008
Por falar em
Andy Warhol, aqui fica a inspiração que dele recebeu
Givenchy:
Mas há mais exemplos; em 1967, Cristobal Balenciaga também se inspirou em Francisco Goya, assim:
E porque não posso deixar de fora o "meu"
René Magritte
(1928-1967; Belga; um dos principais surrealistas que não se quis chamar assim; hei-de aqui voltar a este Magritte, isso sim que vale a pena voltar!), deixo aqui a homenagem que lhe prestou Jean-Charles Castelbajac
E também o saudoso e já mítico Alexander McQueen que, em 2009, prestou esta homenagem às perturbadoras ilusões de
M. C. Escher
(1898-1072;Holandês; pintor, artista gráfico, autor de construções impossíveis e ilusões ópticas)
E impossível não nomear
EDGAR DÉGAS
(1834 - 1917, francês, impressionista), interpretado por John Galliano para a Dior em 2008:
O mesmo Jonh Galliano que se inspirou em
CLAUDE MONET
(1840-1926; Francês, impressionista)
MARK ROTHKO
(1903-1970; pintor expressionista abstracto que não gostava deste título; russo de nascença e americano de naturalização)
Por vezes os Costureiros trazem-nos propostas que estranhamos porque não as compreendemos.
Mas quando vamos à fonte, concluímos
A MODA É UMA ARTE, SIM!
Espero que tenham gostado (tanto quanto eu)
Um beijo,
Maria