11/06/2014

Luxo.

Foi um luxo. De repente, sem jeito nem preceito, vi-me neste 10 de Junho, feriado (por enquanto) sozinha, por minha única e exclusiva conta.
Um luxo. Luxo = o que é raro e bom. Não é que eu queira ter sempre o tempo por minha conta mas, considerando que isso não acontecia há anos: um luxo no verdadeiro e autêntico sentido da palavra. Se isso acontecesse todos os dias passava a ser uma grande seca.
Tempo para aviar o corpo e o espírito. Sem horas. Sem stresses. Sem ter o que fazer a seguir (não foi bem assim, mas pronto). Sem andar a correr. Não andar em stress para mim é hoje "o" luxo.
Meti-me no ginásio, aula de musculação. Saí sem duche, assim tal e qual, e fui para o estádio do Jamor correr junto ao rio e ao mar. A luz de Lisboa: outro luxo. Fui correr mas, sem saber, juntei-me aos bombeiros, aos excursionistas em camionetas de 51 lugares, aos  ranchos folclóricos, aos pic-nics com direito a arroz de frango e vinho tinto. Exposição de carros de bombeiros com mais de 70 anos que era para ficarem até às 8 horas (da noite) mas abalaram eram 5 horas (da tarde) porque o povo excitado quis montar nos carros e partiu vidros, jantes, manetes e outras coisas mais. Os bombeiros abalaram porque o prejuízo já era grande. O povo gosta e eu, que sou do povo, delirei. Há anos não via pic-nics com direito a arroz de frango e vinho tinto. Croquetes e bolos de bacalhau, ainda que vá.
Mas arroz de frango: um luxo. Um luxo simplesmente porque é raro.  Quem vai para um pic-nic com arroz de frango num tacho embrulhado num jornal? É um LUXO mesmo para quem não morre de amores por arroz de frango. Mas eu só de ver aquilo fiquei deslumbrada
Mas o meu luxo não acabou aqui.
A seguir à corrida no calçadão fui descansar para a praia. Para a ... praia de...Algés. Outro luxo. Porquê? Porque estava vazia. para além da porcaria, estava vazia. VAZIA. E as pessoas - poucas - que lá estavam, permaneciam CALADAS. Outro luxo, portanto. Lá estive esticada ao sol a ouvir a mesma música alternativa que o ZM (bom gosto! surpreendente gosto!) me gravou no Iphone de que não conheço uma única banda (acho eu..., além do Manuel Fúria e dos Radiohead) mas que amo de paixão todas as músicas. A próxima melhor que a anterior, sempre!
Um estornicanço na praia de Algés. ÚNICO senão: medo das pulgas. Mas isso é só porque onde há pulgas, eu apanho-as. Passo a vida com pulgas e tive que aprender a defender-me delas. Atraio pulgas e pronto. Posso andar de Rolex ao pulso, carteira Dior da minha mãe, tomar banho todos os dias (é costume) mas passo a vida a apanhar pulgas. Mas hoje NÃO. Praia de Algés! Foi o meu luxo (cheio de lixo) de hoje, num dia que acabou no Sushi Café das Amoreiras (com direito a saké quente :) :) :)!), cheio de celebridades, desde o Vasco Palmeirim até ao Michael Carreira. Um dia que foi precedido a uma visita guiada à loja da Miu Miu na Avenida da Liberdade que está agora com uma exposição de vestidos únicos, alguns vintages que são - cada um - uma obra de arte única, irrepetível, absolutamente deslumbrante e de que nunca mais me esquecerei.
Mas o meu luxo foi o bocado que passei a correr seguido dum descanso na praia de Algés, assim mesmo, vazia, cheia de porcaria e em fato de desporto. E sem pulgas. Estranho, não é?


















Beijos da Maria!

3 comentários:

ICantista disse...

Ter tempo....é um luxo! E no fim é única coisa que não nos podem tirar: o tempo! E o que fazemos com ele....

Maria disse...

Isso. Tal e qual. ;)

Keiko disse...

Para quando mais posts?